O dia da verdade

Segunda-feira minha vida vai mudar.

3 de Abril de 2024


Segunda-feira minha vida vai mudar. Vou começar uma dieta milagrosa, vou abandonar todos os velhos hábitos e me tornar uma nova versão de mim. Vou começar um novo hobby, vou me matricular na academia e vou arrumar aquele velho armário empoeirado e esquecido nos fundos do meu quintal que guarda dentro de si tantas relíquias que eu reluto em encarar de frente.  

Ano que vem eu vou finalmente fazer uma transição de carreira, vou tirar aquele projeto de empresa do papel, vou colocar uma mochila nas costas e conhecer toda a costa brasileira. Também vou colocar um ponto final em todas as relações que já não fazem mais sentido em minha vida e vou cortar o cabelo daquele jeito que eu sempre quis, mas nunca tive coragem o suficiente.  

Eu vou enquadrar a minha lista de metas e ir dando check ao lado delas, ir realizando uma por uma. Vou diminuir a cafeína, vou ler um livro por semana e vou aprender a falar uma língua diferente inusitada, de forma que eu consiga comunicar meus medos e contar piadas em um idioma quase secreto.  

Todos esses planos não podem se resumir a serem somente planos. É preciso que eles ganhem vida, caminhem com suas próprias pernas e sejam realizados pelo menos um pouco todo dia, até que sejam realizados completamente. Se não, você corre o risco de estar fazendo aquilo que todos fazemos um pouco: deixando para depois o que poderia ser feito agora.  

Olhe o seu reflexo no espelho e seja tão verdadeiro consigo quanto o que aquela imagem reflete. Fale de forma franca as verdades que você gostaria de ouvir sobre si - as positivas e as negativas. E não espere um evento milagroso ou uma data comemorativa para começar a realizar seus sonhos e viver a vida que você verdadeiramente acredita. O seu futuro começa nos próximos dias e o seu destino é escrito por uma única pessoa: você mesma.  

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São Paulo: há beleza em meio ao caos

São Paulo nem sempre é hostil.

25 de Janeiro de 2023


São Paulo nem sempre é hostil. Mas quando é, o faz com maestria. Te chacoalha, esmaga, condensa. Molha a barra do seu jeans para que o incômodo perdure por todo o dia, como um breve lembrete da vil capital que grita “a esquerda é livre!” no ouvido do desavisado.⁠

Por vezes, muda o clima. Em um mesmo dia, te faz suar e tremer, sentir que errou a roupa, o caminho, todas as suas escolhas. Paralisa em um trânsito de horas que te obriga a achar distrações. Mas te faz ser grato: poderia ser pior, poderia ser o metrô. Lar de todas as pessoas que começam o dia esperançosas ou sonolentas demais para pensar sobre. É um ponto de encontro de almas que gostariam de estar em outro lugar, mas há calor humano, não se pode negar.⁠

São Paulo te dá tantas opções de entretenimento que você acaba solitário no mesmo bar que frequenta há anos, tomando o mesmo drink que já fora mais gostoso. Mas de repente, ela te presenteia com um esplendoroso pôr do sol que insiste em aparecer mesmo sufocado por prédios que despontam de toda a parte, ainda que o espetáculo tenha alguma poluição envolvida. O amanhecer que cheira a chuva, gotas que lavaram a sujeira e renovam as apostas.⁠

SP é também a consciência do coletivo, o sorriso do morador de rua que te atinge no meio de uma passada rápida na calçada e te acompanha por todo o percurso. É a prestação de um serviço caro, mas eficaz, é o cachorro na rua que te segue da feira ao trabalho, deixando uma saudade genuína do que é simples.⁠

São as ruas, povoadas, pipocadas, coloridas. Cheias de vida 24 horas por dia, ora dolorosa, ora sorridente, mas viva. Pronta para te acolher, te oferecer, te ensinar um pouco mais sobre o outro, sobre si e sobre espaço. Uma vitrine de pequenos universos particulares que viajam em seus próprios fones, livros, celulares.⁠

É preciso assumir suas falhas e seus defeitos, não romantizar os seus desalentos. Mas é necessário enxergar beleza no que não se vê, assumir o belo que insiste em habitar até mesmo o duro concreto de suas curvas, que abrigam poesias não decifradas. Cabe a você entender a mensagem ruidosa de uma ligação sem sinal dentro de um túnel que São Paulo tenta te enviar. Você consegue?

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