Para Inspirar

Os números da superação: conheça mais sobre as paralimpíadas

Organizados oficialmente desde 1960, a cada edição os jogos paralímpicos colecionam recordes e histórias emocionantes

12 de Abril de 2024


No segundo episódio da décima quinta temporada do Podcast Plenae, conhecemos a história do surfista Derek Rabelo, que coleciona grandes feitos em sua trajetória, como ter surfado as ondas gigantes de Nazaré, em Portugal, e no Pipeline, no Hawaii. Para ele, a paixão pelo esporte foi mais forte do que qualquer limitação física que pudesse o parar - Derek, afinal, é cego desde criança.

Esse amor pela modalidade, aliado a uma vida inteira pautada na resiliência e na superação, é o que move todos os atletas paralímpicos. É praticamente impossível nunca ter se emocionado com alguma história dessas que surgem a cada quatro anos, quando a competição acontece.

Hoje, vamos conhecer um pouco mais sobre a competição que não para de crescer e colecionar episódios inesquecíveis! Ela ainda não abraça o surfe, modalidade do nosso personagem, mas que é uma das modalidades candidatas a estrear nos Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028, segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro.

Como tudo começou


Tudo começou logo após a Segunda Guerra Mundial, quando o Reino Unido buscava reabilitar veteranos de guerra com deficiências, como conta o site oficial das olimpíadas. Foi em 1948, mais especificamente, que o neurologista alemão Ludwig Guttmann organizou o primeiro evento esportivo para veteranos com lesões medulares no Hospital de Stoke Mandeville, em Aylesbury, Inglaterra.

O evento levou o nome do hospital: Jogos de Stoke Mandeville. Mas o sucesso foi tanto que atletas de outros países foram atraídos. Em 1960, essa competição especial coincidiu com a mesma época dos Jogos Olímpicos de Verão em Roma, logo na sequência. Foi esse o impulso que o movimento paralímpico precisava para se tornar mais oficial e atletas de outros países foram convidados a participar, marcando o início das competições internacionais.

Contudo, apesar de já ocorrer há algum tempo de forma mais organizada, foi somente em 1976 que os Jogos Paralímpicos foram oficialmente reconhecidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como o equivalente paralímpico dos Jogos Olímpicos. De lá para cá, todo ano de Jogos Olímpicos é também ano de Jogos Paralímpicos, que ocorrem sempre após as competições do primeiro, no mesmo local inclusive. Essa frequência foi definida em 1988.

O crescimento


Todos os anos, os Jogos Paralímpicos apresentam alguma novidade ou quebram novos recordes. Mais esportes foram adicionados ao programa e o número de atletas e países participantes também têm aumentado a cada edição. Mais do que tudo, as Olimpíadas Paralímpicas são sempre palco de superações e oferecem uma visibilidade importante para as habilidades e conquistas dos atletas com deficiência.

Isso ajuda a promover a inclusão e a conscientização sobre questões relacionadas à deficiência em todo o mundo. Por isso mesmo, o próprio comitê olímpico e a mídia têm aumentado o reconhecimento e ampliado a cobertura desses dias, para que mais pessoas possam ser atingidas com a inspiração que é sempre ponto marcado por lá.

Para além das Olimpíadas, o Comitê Paralímpico Brasileiro ainda reúne outras competições que vão aquecendo os atletas ao longo dos anos. São eles:

  • Campeonato Brasileiro
  • Circuito Loterias Caixa
  • Circuito Escolar Paralímpico
  • Conexão Paralímpica
  • Jogos Paralímpicos de Inverno
  • Jogos Paralímpicos de Verão
  • Meeting Loterias Caixa
  • Paralimpíadas Escolares
  • Paralimpíadas Universitárias
  • Open Internacional
  • Copa Brasil de Tiro
  • Prêmio Paralímpicos


Números da competição


Atletas

O número de atletas que participam das competições varia em cada edição, mas nas últimas edições, tem sido comum a participação de mais de 4.000 atletas.

Países

Mais de 160 países costumam enviar delegações para competir nas Olimpíadas Paralímpicas, mas esse número também cresce a cada edição.

Modalidades

O número de modalidades esportivas pode variar, mas geralmente é superior a 20. Atletismo, natação, basquete em cadeira de rodas, tênis de mesa e esgrima em cadeira de rodas estão entre os esportes mais comuns no programa paralímpico. No site do Comitê Paralímpico Brasileiro, há 24 modalidades descritas.

Eventos

Dentro de cada modalidade esportiva, há uma variedade de eventos nos quais os atletas podem competir. No atletismo, por exemplo, há corridas de velocidade, lançamento de dardos e salto em distância - tudo, é claro, adaptado para diferentes tipos de deficiência.

Público

A edição com mais bilhetes comercializados (2,7 milhões) foi a de 2012, em Londres (Reino Unido), segundo a Agência Brasil. Mas espera-se que a edição de 2024, em Paris, supere o recorde já que 2,8 milhões de ingressos serão comercializados. “O público da Paralimpíada é diferente, muitas vezes mais doméstico, de famílias, até por isso a política de preços é ajustada para ser mais barata [que na Olimpíada]”, diz Andrew Parsons, presidente da entidade, ao mesmo veículo.

Audiência

Vale dizer que a última edição, realizada durante a pandemia e portanto, sem a presença de público no local, bateu recordes de pessoas assistindo. Foi uma audiência acumulada global em torno de 4,25 bilhões de pessoas acompanhando as Paralimpíadas de Tóquio-2020, segundo o Comitê Paralímpico Internacional (CPI).

Voluntários

Assim como na Copa, como te contamos aqui, e nos Jogos Olímpicos, as Olimpíadas Paralímpicas contam com a contribuição de milhares de voluntários e equipes de apoio para ajudar na organização e na realização do evento. De acordo com o Cojo (Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos), 15 mil voluntários devem participar nos Jogos Paralímpicos de Paris. Metade dos candidatos afirma querer participar dos dois eventos, que esperava contratar 45 mil voluntários, mas já soma 300 mil inscrições para o programa.

Colocação do Brasil

Nas Paralimpíadas de Tóquio, última edição realizada do evento, o país ficou em sétimo lugar e 72 medalhas. Mas recentemente, o país obteve resultados excelentes no Mundial de Atletismo (2º com 47 medalhas) e Natação (4º com 46 medalhas), como conta o Globo Esporte, e por isso a expectativa é alta e positiva para a próxima edição.

Agora que você já está por dentro da competição, pode começar a se preparar para as Paralimpíadas de Paris, que acontecem esse ano, de 28 de agosto a 8 de setembro. As expectativas são as melhores e a emoção e inspiração são garantidas!


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A trégua dentro de nós

Você provavelmente está lendo essa crônica pelo celular.

27 de Novembro de 2023


Você provavelmente está lendo essa crônica pelo celular. E você também provavelmente chegou a essa crônica depois de enfrentar um sem-número de notícias no seu feed, manchetes estampadas, fotos às vezes tão explícitas que a própria plataforma censura e te convida a pensar se você realmente quer ver aquilo.  

A fotografia foi revolucionária em todos os aspectos: pudemos imprimir na história para sempre os rostos, lugares e até mesmo os horrores cometidos por nossos semelhantes, para nunca esquecer aquilo que não se deve repetir. Mas, em tempos de redes sociais, esses registros se tornam uma guerra à parte, na palma da sua mão. A verdadeira chuva de registros, por vezes tão duros, turva a nossa visão e suscitam sentimentos tão duros quanto. 

As imagens, em bandos, dispostas em grades perfeitas e filtros vibrantes, nos sufocam com ideais de corpos e de rotinas, ao mesmo tempo que nos sufocam com o extremo oposto: vidas perdidas aos montes, seja lá qual for o motivo. Nos tiram do momento presente em busca do clique ideal, mas também nos mantêm presos aos acontecimentos mais recentes, um por minuto, sem tempo para submergir.  

Viver os tempos modernos é navegar por esses mares em constante tempestade, uma maré forte que nos puxa para as profundezas e exige força para vencer o que parece ser uma ressaca infinita. O primeiro mal a ser combatido: a mentira e a desinformação. O segundo: a desconfiança que o primeiro tópico nos causa. O terceiro: o estresse emocional que o excesso de informações imprime em nossa mente. O último: a culpa sentida por querer se afastar.  

Não podemos fechar os olhos diante de um mundo que parece se dissolver entre nossos dedos e esse é um fato consumado. Mas, se for preciso parar para respirar nessa jornada, acredite: será um ato importante de coragem. Não é possível retomar o fôlego que nossos tempos exigem sem esse intervalo. Saramago nos lembra: é impossível ver a ilha sem sair da ilha. 

O distanciamento é necessário para que você possa, inclusive, enxergar com uma dimensão maior e identificar como você pode ser útil. Se não há trégua do lado de lá, que haja aqui, dentro de nós.  

 

A trégua dentro de nós A trégua dentro de nós A trégua dentro de nós A trégua dentro de nós

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